quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um ano

Hoje contava madrugar na Portela, esperando-te e mais a todas as estórias que trarias nas palavras e nos silêncios dum ano inteirinho em terras africanas.

Durante estes meses escutei-te nos meus sonhos. Soletrando ditongos, tecendo longos panos coloridos, trauteando aquelas tuas músicas sem palavras de verdade e que falam a verdade toda.

Era quase Fevereiro. Encaixotámos vidas naquela última tarde. Nem eu nem tu queriamos acreditar que o dia tinha chegado. A viagem do bairro ao aeroporto entre lágrimas e abraços, no meio duma multidão de carros, buzinadelas e mensagens de quem bem nos quer.

Deste-me o livro a guardar e foste ali. Sabiamos ambas que era a deixa da despedida. Depois, fiquei lá, bebendo cafés e esperando, quase querendo acreditar que podias não ir. Voltei para casa devagar, voando contigo lá em cima, a caminho do sonho feito real.

Passou um ano. Encontraste o caminho da tua felicidade e também o amor. E o que eu mais quero é que seja para sempre. Um dia destes a malta encontra-se por aí.

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