Hoje o dia começou ontem, lá prás sete da madrugada. Ainda geava quando largámos por aí. Foi um encruzilhar de assuntos e papeis, de conversas e decisões, de desespero e ironia, de palavrão desenfreado e ataques de riso. Até de fome e de luta contra o tempo.
documentos. compras. fotocópias. faxes. mailes. telemóveis sempre a tocar. dúvidas? horas? pesos? moradas? contactos? doenças? mais telefones a tocar. mais papéis. mais cópias. e faxes que não chegam. e as horas que passam. e compras que faltam fazer. e. e. e...
Praça de Espanha!
Andar por ali é entrar um bocadinho noutros mundos. Quase quase viajar. Mistura sadia de muito. Gentes. Cheiros. Roupas. Sons. Descansa-me deslizar por entre as tendas. Parando nas bancas. Perguntando preços e cores e tamanhos. Conversando sobre tudo e sobre nada. Deixando-me ir na música das vozes desta babilónia de regateio de ilusões.
regresso à lida. impossível parar. acho nem conseguiriamos. e mais estrada. troca volantes. apanha miúdas. recolhe miúdos. entrega-os todos.respira fundo. segue. pesa malas entre jantares ao lume. encaixa quilos de alho. e folhas de louro que resmalham. falta knorr. corre para a loja. de carregador ou de pilha? pijama ou camisa de dormir? o remédio acabou. o frasco do creme partiu. passaportes e mais passaportes. fotocopia BI's e AR's pra quem é estrangeiro em terra praticamente própria. e faltam dois. foi só ao café. já saiu do café. tá mesmo a chegar. foi. fomos.
Quando subimos o Alto da Loba em direcção a Caxias a lua rompia. Marela. Ridonda. Lá em riba, na céu. Parece queria iluminar-nos o caminho. Acho até queria era fazer a noite dia. Conseguiu.
arruma. imprime. emaila. assina. confere. rasga. escrevinha. e ri. de cansaço. de dúvida. e fecha a mala. e o saco. pega a bagagem de mão. e a malinha de primeiros socorros. olha o portátil. e os documentos. confere. conta. ata fitas. põe cadeados. e chora. de dúvida. de cansaço.
O sol já brilha. De bairro em bairro esperam-nos sorrisos abertos e fatos domingueiros de dias felizes. Chegou o dia. De bairro em bairro. Parando. Abraçando. Acenando. Indo. De bairro em bairro. Deixando esperança. Alimento de vida.
No âmbito do projecto da Associação de Solidariedade Social Assomada "Regresso às origens", com apoio e financiamento da Câmara Municipal de Oeiras, partiu hoje para o seu Cabo Verde natal, um grupo de 20 idosos, residentes no concelho de Oeiras e que não visitavam o seu país há mais de 25 anos. Vão abraçar familiares e amigos, conhecer irmãos, filhos, netos e sobrinhos, chorar sobre a campa dos pais e cumprir a promessa guardada desde o dia da partida: voltar!
documentos. compras. fotocópias. faxes. mailes. telemóveis sempre a tocar. dúvidas? horas? pesos? moradas? contactos? doenças? mais telefones a tocar. mais papéis. mais cópias. e faxes que não chegam. e as horas que passam. e compras que faltam fazer. e. e. e...
Praça de Espanha!
Andar por ali é entrar um bocadinho noutros mundos. Quase quase viajar. Mistura sadia de muito. Gentes. Cheiros. Roupas. Sons. Descansa-me deslizar por entre as tendas. Parando nas bancas. Perguntando preços e cores e tamanhos. Conversando sobre tudo e sobre nada. Deixando-me ir na música das vozes desta babilónia de regateio de ilusões.
regresso à lida. impossível parar. acho nem conseguiriamos. e mais estrada. troca volantes. apanha miúdas. recolhe miúdos. entrega-os todos.respira fundo. segue. pesa malas entre jantares ao lume. encaixa quilos de alho. e folhas de louro que resmalham. falta knorr. corre para a loja. de carregador ou de pilha? pijama ou camisa de dormir? o remédio acabou. o frasco do creme partiu. passaportes e mais passaportes. fotocopia BI's e AR's pra quem é estrangeiro em terra praticamente própria. e faltam dois. foi só ao café. já saiu do café. tá mesmo a chegar. foi. fomos.
Quando subimos o Alto da Loba em direcção a Caxias a lua rompia. Marela. Ridonda. Lá em riba, na céu. Parece queria iluminar-nos o caminho. Acho até queria era fazer a noite dia. Conseguiu.
arruma. imprime. emaila. assina. confere. rasga. escrevinha. e ri. de cansaço. de dúvida. e fecha a mala. e o saco. pega a bagagem de mão. e a malinha de primeiros socorros. olha o portátil. e os documentos. confere. conta. ata fitas. põe cadeados. e chora. de dúvida. de cansaço.
O sol já brilha. De bairro em bairro esperam-nos sorrisos abertos e fatos domingueiros de dias felizes. Chegou o dia. De bairro em bairro. Parando. Abraçando. Acenando. Indo. De bairro em bairro. Deixando esperança. Alimento de vida.
No âmbito do projecto da Associação de Solidariedade Social Assomada "Regresso às origens", com apoio e financiamento da Câmara Municipal de Oeiras, partiu hoje para o seu Cabo Verde natal, um grupo de 20 idosos, residentes no concelho de Oeiras e que não visitavam o seu país há mais de 25 anos. Vão abraçar familiares e amigos, conhecer irmãos, filhos, netos e sobrinhos, chorar sobre a campa dos pais e cumprir a promessa guardada desde o dia da partida: voltar!
- Mana, olha por eles. E Nhor Dês tambem.
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