quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

à noitinha no casino

Que cena! Eu não sabia, mas os casinos são mesmo como nos filmes, assim tipo entras na cena e já lá estás, parece nem és bem de verdade que és praticamente assim uma espécie de sombra ou de olho atrás da câmara que anda por ali a topar a coisa como quem não quer nada. E os mânfios e as mânfias com ar muito esgazeado e olhos completamente vidrados em rectângulos pejados de desenhos coloridos mais ou menos repetidos, devorando cigarros e mais cigarros, amontoando beatas em cinzeiros laterais género aquelas sarjetas gradeadas com ratazanas à espreita.
Que cena! Seres femininos de ar angelical mas certamente aparentados de demónio circulam, deslizando sorrisos e bandejas repletas de copos meio vazios ou meio cheios de ouro ou talvez urina made in Scotland. As luzes refletem no chão o tecto de estrelas e ilusões que faz acreditar na impossível probabilidade de ter chegado o tal dia, na tal máquina, àquela hora, com a mão esquerda fechada em figa, a boca entreaberta em reza e um minuto e meio sem respirar. Afinal inspirou cedo ou tarde demais, a mão não estava suficientemente apertada contra o polegar, a reza não era bem aquela, o dia era de ano bissexto e o relógio devia ter a pilha fraca. Azares. Novos dias virão. Antes não.

1 comentário:

Lília Abreu disse...

Olá São!
Ai, como eu percebi este post. Sabes, uma vez vi uma reportagem de adictos em jogo e alguns davam autorização aos empregados para não os deixarem entrar.
Obrigada pela tua visita. Como dirias "bué de fixe".
E, ri muito - dá mais 8 a 10 anos.
Volta sempre: comenta a sério, faz perguntas, coloca interrogações, dá sugestões.
Aquilo preteende ser um espaço aberto.
Xi coração grande e boa reinação!

 
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