Eramos todos jovens, alegres, giros e cheios de vontade de mudar o mundo.
O Barimbar juntou-nos. A música, o ambiente solto, o Zé Rijo fizeram o resto. No Verão de 1983 a vida de muitos de nós girou à volta do Barimbar, lá em Lagos, na esquina da Rua dos Quarteis. O painel de azulejos, circular, lá continua. A música agora é que é outra...
Aqueles meses de colagens de cartazes Algarve fora sempre à boleia, de longas noitadas de cantigas e conversas, de promessas de amor eternas, do soalho a ranger sob os nossos pés descalços lá na casa em frente à igreja, das orelhas furadas com agulha e pedras de gelo, da sangria e do Português Suave sem filtro, da cesta das compras da Lena e do seu mau feitio, do colete do Sim-Sim, das maluqueiras do Dário, da simpatia do Pedro da porta (http://www.afinador.blogspot.com/) , das camas desfeitas de ninguém, da chegada do postal do pai do Mário "Há Barimbar, há ir e há voltar", das fotografias a preto e branco reveladas numa casa de banho da Reboleira, dos vestidos indianos e dos cabelos e brincos ao vento, dos beijos nos lábios dos muito amigos, das saladas coloridas, da Renault 4L cor-de-laranja com muitos ao molhe lá dentro, dos desenhos nas mesas, dos jantares no Vila, das partidas de comboio e das lágrimas e abraços nas despedidas, fará sempre parte das boas coisas que nos aconteceram.
Para muitos de nós foi o ano de viragem. Das primeiras férias à solta, da entrada para a universidade, da profissionalização na música, da saída de casa dos pais para quem não era da cidade grande. No CascaisJazz logo a seguir combinámos todos no Estoril. Em cada estação entravam mais uns quantos. Foi uma festa. Depois os encontros foram rareando e o acaso foi-nos cruzando em Festas do Avante, no Hot Club, em espectáculos mais jazzísticos, nos anos do Paleka, por aí.
Vamos tendo notícias uns dos outros por uns e outros e é fixe sentir que apesar de já estarmos todos cotas, com uns quilos a mais ou muitos cabelos a menos, continuamos a lutar por sonhos há muito desenhados.
7 comentários:
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Que saudades do BarInBar, dos grandes espectáculos e dos bons amigos. Se bem que os sonhos há muito desenhados ainda continuem na luta de muitos de nós.
Um abraço desde Lagos.
Engraçado! No final da leitura fica imediatamente a vontade de recordar, de agarrar o tempo,reviver uma ou outra passagem e não desligar a corrente. Sabe bem! E fica-se com um sorriso nos lábios...
Obrigada por este despertar!
Mada
Olá São , cá estou eu. Acabámos por nos encontrar uma à outra por estes lados :) Foi bom chegar a este teu espaço e encontrar logo estas boas recordações do Barimbar e do Zé Rijo que nos recebia a todos com um carinho especial ,mesmo aqueles que não conhecia , como foi o meu caso no ano de 83 ou 84 , já não consigo precisar. A ideia era mesmo a de trás outro amigo também. Foram dias incríveis numa altura de começo de vida , de projectos, de tantos de nós. Recordo com tanto carinho o Mário , o Bruno , o Paulo Jorge , o Zé Castro... ao pequeno almoço não podia faltar o leite com chocolate que só podia ser o da Ucal. E no bar , o mesanine , que depois das portas fechadas eram o quarto de dormir dos músicos que lá tocavam. Saudades dos bons tempos de Lagos. Um beijo, ana
Olá Ana, que fixe nos termos encontrado por aqui. Agora, bora lá encontrarmo-nos a sério, ao vivo e a cores. Beijos gordos. saobranca@gmail.com
um beijinho do pedro da porta;)
Infelizmente não fotografei o BarimBar tanto quando devia. Apenas um ou dois concertos, do Vitorino e não sei quem mais.
Belos tempos.
Execelente blogue. Gosto da tua forma de escrever.
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