terça-feira, 24 de março de 2009

Diz-se o quê?

Tem épocas que as emoções são tão díspares que baralham a cabeça à própria. Fica sem perceber se deve parar de pensar e meter férias, tipo graciosas sem fim à vista ou se deve acelarar o raciocínio e tentar encontrar respostas, formas de luta e gente de sangue na guelra. Tiros no escuro. Muros no ar. Gritos surdos Uma treta é o que é.

Deixei-a à porta de casa às 11 da noite. Vai acordar às 4 da manhã, caminhar durante quarenta minutos até à estação mais próxima, apanhar o comboio das cinco e vinte para pegar ao serviço às seis e largar às oito e voltar a pegar noutro lugar à mesma hora e largar seis horas depois. Sente-se feliz porque a mãe entra à mesma hora e só sai às oito da noite. Tem 17 anos feitos ontem e a mãe está a caminho dos 36. As duas juntas recebem de salário quase oitocentos euros, pagam trezentos e cinquenta de renda, mais cento e vinte dos passes e outro tanto para a creche das gémeas. Lá em casa não há luz desde há muito tempo mas também não faz assim muita falta porque também não há televisão nem comida de sobra para guardar no figorífico.

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