quarta-feira, 11 de março de 2009

ressonância magnética

Cada vez que uma das miúdas do andebol estraga um joelho lá vamos nós a caminho de Caselas prá ressonância magnética. E de todas as vezes me lembro da mesma estória. Estória antiga de saloios acabadinhos de chegar da província. Eu ainda sou do tempo em que só existiam universidades nas cidades grandes e a malta, aos 17 anos alugava um quarto e mudava-se de armas e bagagens, sem carro, sem telemóvel, sem computador e com mesada apertada e muito mais sonhos que anos de vida.

As donas dos quartos não gostavam de visitas e os cafés, como o Ribamar de Algés ou os jardins eram as melhores alternativas para estudo, namoro e convívio da estudantada. Foi nessas andanças que descobrimos um pinhal simpático junto a uma alameda com bancos corridos, igreja de pedra lá ao fundo, padaria com bolos quentes e baratos e paragem de autocarro directo do Marquês.

Passámos palavra uns aos outros e volta não volta lá iamos até Ressonância Magnética, estudar e fazer trabalhos, às vezes piquenicar, guitarrar e cantar, até jogar à bola ou simplesmente ficar na treta uns com os outros. Certo dia, numa aula de Semiologia da Comunicação, daquelas de anfiteatro que pareciam nunca mais terminar, o professor apresentou um exemplo ilustrativo de nem interessa o quê mas que explicava o que era uma ressonância magnética. Os que lá estávamos olhámos uns prós outros entre risos e cochichos. Acabaramos de descobrir que afinal não era assim que se chamava aquela terrinha simpática entalada entre a Mata de Monsanto e a auto-estrada de Cascais.


Mas é o que continua escrito na seta de sinalização que aponta para lá...

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