quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

às terças

Terça-feira é dia graaande. O mais grande da semana inteira. O mais completo também. Diversidade. De gente. De lugares. De conversas. De sorrisos. De abraços até. Terça-feira é manhã dos meus gémeos sabichões que querem ser grandes, ricos e famosos como o avô. Da estatística da Isilda tratamos entre canecas de café, não vá ela adormecer entre o turno de telefonista, a casa da patroa e o terceiro ano da faculdade privada. Até às 3 e quase meia dou rédea solta e deixo-me sonhar, por aí. Sento-me à mesa com as ervilhas da tarde. Cabeças pequeninas preguiçosas de pensar. Pensamos juntos, brincando de aprender coisas de gente média que aspira a gente esperta. E já é hora de treinos. Deles e delas. A carrinha espera por mim e elas esperam-me nos lugares do costume. Vão entrando, rindo, contando parte e comédia dum alguém qualquer que já nem sabem quem . Hoje falámos de amores. Dos primeiros, dos segundos e dos outros todos. Do que levam e do que deixam. Até ouvimos canções de amor, daquelas que fazem sonhar. Na ida derretemo-nos com a Neusa e mais o seu "Konfiá na bô" e na volta dei-lhes a ouvir as francesices da minha adolescência. No regresso, pelo retrovisor, as ondas espreitavam, umas atrás das outras, como se tivessem novas para me contar e, do lado de lá, já a caminho do Cacém, a lua, quase cheia, brincava entre montes, escondendo-se e aparecendo onde eu mais a esperava. Bela vida.

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