segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sem palavras

querida isabel,

passou quase um ano desde que te perdi o rasto. mergulhei por lugares que desconhecia existirem, rodei quilómetros procurando uma pista, escrevi centenas de mensagens que não chegaram ao destino e fiz-te morta quando tive certezas que estavas viva.

continuo por cá. nas mesmas lutas, nos mesmos lugares, acreditando quantas vezes no impossível e comprando guerras que podia fingir são de paz. sonhando demais provavelmente. ou fugindo do que me assusta e tormenta.

quantas e tantas vezes pensando por onde andas, que pensas, se sofres, se ris, se me riscaste da tua vida, se voltas, se ... duvidando da força do querer e abandonando esperanças vãs dum reencontro intemporal.

bastou ouvir-te a voz para que um misto de serenidade, pranto e vitória se instalasse. Tem vezes a razão é fraca e só o coração tem palavra.

ainda bem que voltastes.

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