quarta-feira, 5 de novembro de 2008

No soy digno de ti



Estava lá. Naquela rampa de calçada, que sobe da estação da Damaia em direcção à Buraca. Ali, mais ou menos a meio. Como se estivesse à espera dum tempo que nem sabe já passou. Casaco de cotim puido de muitas madrugadas de rua, boina à banda qual Che sem bazuca, mão estendida na espera de nada,olhos esbugalhados de mágoa e voz rouca de vidas perdidas em garrafas de litro.
Falava de si. Para si.
O rádio rosnava o velhinho "No soy digno de ti".
Gargalhou.
- Tu é que tens razão ó aparelho, eu não valho mesmo nem um par de pilhas novas ...

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